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Nicolau Saião, Mariana 2 (arte digital)

 

[OFÉLIA]

 

ao mestre, amigo e poeta Ildásio Tavares... este bastardo

 

(Silvério Duque)

 

Meu coração é um cabedal de sonho

de dores que antecedem cada instante

e a noite há de chegar, assim suponho

como a pisada brusca de um gigante.

 

De ausência e de desejo, em vão, componho

uma canção cafona e dissonante

e, ao ver tal despautério, então suponho:

sou talentosa como um elefante!

 

Ah, andai meus pés, andai que o rio espera

nossas cruéis lembranças, nossos corpos...

pois quem jamais amou melhor viveu.

 

Se eu vejo outro nascer? A Nova Era...?!

Eu vejo o que eu vivi; vejo os meus mortos;

quem dá valor a vida é quem morreu.

 

 

Leia poemas de Ildásio Tavares

 

 

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